Desde muito novo, sempre presenciei líderes sendo babacas.
Séries de televisão, reclamação dos meus pais, relatos alheios que escutei de canto…
Muitos aqui devem saber o peso que é chegar no trabalho, e ser recebido por ignorância. Uma postura que de certa forma é estabelecida dentro da nossa sociedade há mais de séculos, mas afinal, realmente vale a pena ser um líder arrogante?
Recentemente, comecei em um cargo de liderança. Após 6 anos de experiência na área de Design Gráfico, recebi a proposta de me tornar Diretor criativo. Que designer com apenas 18 anos nunca sonhou com isso, né?
De primeira, tudo parecia lindo, mas logo me surgiu a dúvida: “Eu realmente estou preparado para liderar?”
Durante minha carreira (se é que posso chamar assim), sempre fui muito subestimado por ser novo, um pirralho apenas brincando com Photoshop, eu pensava que isso nunca havia me afetado, mas estava equivocado. Liderar se tornou um pesadelo antes mesmo de aceitar a proposta de emprego: “Vale a pena sair de um emprego bom para arriscar a liderança? E se eu fracassar?”. Mas logo em seguida lembrei de uma frase de Shakespeare “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”
Shakespeare constantemente explorava temas relacionados ao medo, incerteza, dúvida e a natureza humana. Depois de ler muito e reconhecer esse comportamento involuntário de não querer arriscar, decidi dar um passo para frente: Aceitei o emprego.
Entreguei minha carta de demissão, esperei meu aviso prévio, e na minha última sexta na antiga empresa, fui embora determinado a estudar sobre liderança e psicologia positiva (área que sempre brilhou os meus olhos). Após algumas pesquisas, decidi começar a ler “O Jeito Harvard de Ser Feliz”.
Que escolha de ouro!
Lembro nitidamente do quanto esse livro me brilhou os olhos, não por apenas ser uma literatura fácil e inspiradora, mas por me guiar exatamente no momento que eu mais precisava: Começar a liderar.
“Se você é um líder, não apenas tem o poder de fortalecer as próprias conexões, como também de cultivar um ambiente de trabalho que valoriza, em vez de dificultar, o investimento social” - Shawn Achor
Essa frase destruiu meu cérebro. Tudo que eu sempre havia escutado na televisão e em casa, era um gigantesco erro?
O autor Shawn Achor traz a ideia e a ciência por trás do que as pessoas sentem ao terem boas relações com seus colegas de trabalho e principalmente seus chefes. O simples fato de ter um chefe sorridente, te tratando de igual para igual, entregando feedbacks e até mesmo distribuindo demandas da forma correta, aumenta (e muito) a produtividade de uma empresa.
Levei isso como uma filosofia de vida: ser um bom líder.
“Costumo pedir que os gestores escrevam um e-mail elogioso ou de agradecimento a um colega de trabalho todas as manhãs - não só porque isso contribui para a felicidade deles, mas porque consolida relacionamentos.” - Shawn Achor
As semanas foram se passando, e aos poucos comecei a enxergar minhas atitudes fazendo efeito dentro da minha equipe - Designers engajados e criativos, prazos extremamente mais rápidos do que o estimado e o mais importante de tudo, relações consolidadas com meus colegas de trabalho.
Já li alguns estudos que comprovam que a gratidão aciona uma espiral ascendente de fortalecimento do relacionamento, ato que costuma levar a um sentimento de integração e colaboração dentro de uma equipe, o principal para fazer a engrenagem toda girar.
Arriscar um cargo de liderança foi sem sombra de dúvidas a minha melhor atitude dos últimos tempos, não apenas no âmbito profissional, mas também pessoal. Comecei a construir relações mais fortes, estou formando uma equipe engajada, aprendi que devemos arriscar mesmo com medo, e o mais importante de tudo, aprendi que não vale a pena ser um chefe merda.
Por fim, trago alguns conselhos/indicações:
Distribua elogios, mesmo que de forma simples, as pessoas gostam de escutar isso.
Arrisque, a vida é muito mais divertida quando você tem algo a perder.
Fortaleça conexões, elas podem te levar a lugares que você nem imagina.
Leia, e MUITO. Uma indicação? “O Jeito Harvard de Ser Feliz”
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Até mais!
Lucas Mota.